domingo, 31 de janeiro de 2010

Ponto de equilíbrio

Quando olhei nos teus olhos os meus sentimentos se traduziram em hieróglifos. O meu corpo estremeceu como que por um instante eu visse um outro mundo, como que por um instante eu a visse de branco, impossível. Não falei nada, como poderia, se o silêncio naquele momento nos apresentou, se o silencio, naquele momento, falou por nós. O escuro da noite era apenas um pretexto para que os teus olhos pudessem brilhar intensamente, e brilhavam tanto que eu já os confundia com o brilho das estrelas, e as estrelas eram poucas, só algumas que tiveram a coragem e a audácia de te enfrentar, as outras por covardia se esconderam por trás das nuvens que tomavam parte do céu. Pouco tempo depois até o céu se escondeu. Toda uma imensidão acima de ti, toda uma imensidão abaixo de ti, e você no meio, no ponto de equilíbrio. A chuva desenhava as curvas do teu corpo, delimitando-as na mais pura perfeição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário